sexta-feira, 11 de abril de 2014

Quantas coisas na vida são de verdade? ...Alguns podem dizer que o amor de mãe, ou o amor de pai para outros, alguém vai levantar e afirmar com todas as formas que os laços construídos por um(a) irmã(o), alguns, apontam para os amigos, e outros, em menor número, vão dizer que o amor próprio.

O engraçado é que quando paramos para pensar sempre tem alguém no meio das coisas de verdade, e eu me pergunto: será que é possível um ser humano ser de verdade? Quantos de você residem em você mesmo? Até onde vai o limite do que é honestamente verdadeiro e em quantas mentiras isso vai se deparar? Alguma vez alguém foi realmente fiel ao que disse, ao que sentiu, ao que vez, ao que prometeu?... verdade tem a ver com fidelidade? Dúvidas, muitas dúvidas sobre a “prestabilidade” do ser humano...

terça-feira, 18 de março de 2014

Notas mentais nunca compartilhadas

Certa vez presenciei uma conversa que convidava a refletir, de forma não acadêmica (entretanto tendo os valores acadêmicos como pontos para a reflexão), como a paisagem, que segundo uma das interlocutoras revelava apenas um momento do espaço: aquele da forma e assim do ponto de vista do método histórico e dialético seria ela uma ferramenta teórica vazia e simples, poderia ser uma das categorias de análise da Geografia, eu senti não puder ter voz para estimular a reflexão de que o movimento do pensamento histórico e dialético não nega a forma, muito pelo contrário a forma é um dos primeiros elementos que conectam com o mundo real (concreto), a forma ajuda, em um primeiro momento da experiência, a mediar as relações entre a sociedade e a natureza, mas ela sozinha não dá conta, claro, é preciso pensar na indissociabilidade entre forma e conteúdo; é preciso entender que a paisagem não é apenas forma, ela contém a forma, mas só ganha sentido através dos conteúdos, ela, a paisagem, está impregnada de processos históricos que revelam a reprodução social e espacial. A paisagem é a síntese do processo de reprodução da vida, pois contém os elementos do espaço, da sociedade e do indivíduo. Não entendo como a paisagem, sob qualquer prisma epistemológico, não apareça como um elemento rico para as reflexões geográficas. A paisagem é sim uma categoria, teórica e prática, do movimento de construção do mundo, de reprodução da vida... ajuda a ver as contradições, mas só se vista de um ponto verdadeiramente dialético.

Sobre o direito de apresentar a sua própria representação do mundo vivido...

O mundo é visto de várias formas diferentes: texturas, paladares, aromas, cores, ângulos, sonhos, desejos... absolutamente tudo interfere na relação entre os seres e o mundo, e aí tá a potencia criadora do mesmo... physis, logos, poesis, techné... que ele existe antes e existirá depois de nós está claro, mas como o transformamos é talvez a essência de tudo.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Ao amigo Allyson Carvalho...

Linhas, parágrafos, palavras... A junção das letras só faz sentido quando, ainda que de forma atabalhoada como eu faço, tenta mandar uma mensagem, de qualquer ordem, imagino, as nossas, minhas e suas, na verdade, não precisam necessariamente da forma métrica do texto, optamos, mesmo trilhando caminhos distantes, abandonar o cartesianismo e o positivismo pra tentar tirar da vida lições mais “positivas”... daí que a nossa mensagem se envia pelos silêncios, pelas trocas de olhares, pelo sorrisos de canto de boca ou por aquele momento que invisivelmente nos aliamos para trazer um amigo comum à realidade.
 O engraçado é que ao longo dos poucos, mas intensos, anos de nossa amizade parece que a nossa mensagem sempre existiu, parece que nos conhecemos desde sempre, ao menos eu sinto assim. Quase não consigo lembrar direito daquele dia na casa do nosso amigo em comum que falamos de tantas coisas e entre elas a minha angústia com a dissertação, processo pelo qual você já havia passado e tentava me tranquilizar com a sua experiência... conversas, trocas de farpas (é! Somos assim!) almofadas voando em direção a sua cabeça, amizade que nasceu... depois de conversas sobre Beauvoir na praia regadas à água de coco, visitas às quadras de vôlei do CBV, saídas,  filmes assistidos, escritos, resenhados publicados, trocas de cidades, de países... a amizade se fortaleceu, tanto e ao ponto de irmos em busca de um bolo de maçã integral juntos, ou de você passar lá em casa para irmos à casa do nosso amiga conversamos sobre aquele seu fim de romance... Risos, saudades daqueles dias!
Quando se trata de amizade não se precisa medir as intensidades, não se trata de estar necessariamente próximo (física ou temporalmente), não se trata de nada além da simples certeza de que existe sinceridade na troca das mensagens amistosas e amigáveis... Continuo sentindo um orgulho imenso de ser seu amigo, eu sou absolutamente envaidecido por compartilhar, ao menos nas mensagens, os seus avanços, progressos e “progressões”... aumentam as responsabilidades, aumentam as parcerias, amplia-se a base de uma amizade comum e corriqueira para algo sólido, transcendental...
Obrigado por fazer parte da minha vida, obrigado por sermos amigos, obrigado por sermos, independente das imposturas da vida, sinceros e verdadeiros... Encontrar-te foi um achado, não quero perder... acho que nenhum dos seus amigos gostaria de te perder... não esqueça, você é foda... FELIZ ANIVERSÁRIO...

...com a admiração de hoje e de sempre, iluminada por um fim de manhã de um fim de inverno nas terras de Cervantes... Pedro Nóbrega...

terça-feira, 11 de março de 2014

reflexões de uma madrugada sorrateira...

Livros, músicas, filmes, poemas, poesias... todas estas obras têm começo, meio e fim, mas são absolutamente abertas... cada pessoa que experiencia qualquer uma delas tem o direito de interpretar como queira, porque cada pessoa sabe o canal criado subjetivamente pra que algo se torne inteligível (consciente ou inconscientemente), por isso tenho muito cuidado no debate sobre obras, por isso me dá angustia o que eu quero dizer, mas se eu quero dizer, peço desculpas por isso, mas tenho que dizer: você não entendeu nada do filme, da poesia na violência carnal propiciada pelo desejo, pelo angustiante desejo de querer, de sonhar, de chegar perto daquilo que se quer possuir e ao mesmo tempo perceber que até a posse momentânea realizada pela desejo instintivo não vale nada se o lastro da confiança, do respeito e do carinho foram perdidos... talvez aí esteja o momento racional fundamental para se perceber que até as loucuras e ilusões nomeadas de amor têm um fim, esse fim não é concreto, não é claro, mas ainda assim se sente... não tem a ver com brios feridos, não tem a ver com a razão acima do sentimento, talvez tenha a ver com amor próprio, tenha a ver com entender que tudo na vida pode durar exatamente aquilo que feito pra durar... Segue em frente, isso é crescer e crescer dói, mas é melhor ser um gigante com coleção de dores do que um pequeno alegremente bobo... (madrugada de 12 de março de 2014, dos devaneios provados a partir da cabeceira da minha cama - from Spain - um pouco distante de tudo que era tão perto)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A banalização dos templos e a emergência de um novo “deus”?



A sociedade ao que parece tem banalizado os seus templos.

Chego a acreditar que há uma espécie de vulgarização e banalização do sentido das coisas a serem contempladas.

Num olhar despretensioso vejo, ao longo do tempo, a decadência dos grandes templos gregos e dos cultos às divindades “elementais e superiores” (de qualquer forma exterior, distante e em uma posição hierárquica maior que o homem), é sensível a decadência cada vez maior e progressiva da forma como a igreja católica toma conta dos seus templos (estes ainda cheios de pompa, mas em franca decadência – ao que parece). Seguindo na linha da desvalorização física, real e concreta do lugar do culto, vejo a emergência pentecostal e junto com ela a banalização do lugar do contato dos fiéis com a religião, não há mais o templo construído para o culto, no lugar disto há a adaptação dos locais comerciais a essa nova forma de estabelecer as relações dos humanos com a sua fé.

Há uma “comercialização” das religiões? Não saberia responder, mas o que me assusta mais é que com esse movimento de banalizar a relação dos homens com seus deuses, parece-me que estes se tornaram cada vez mais antropomórficos, perderam o status de seres superiores e agora residem na terra, melhor ainda, residem em cada um de nós, eles não são mais nem antropomórficos, eles agora são o próprio homem, só que não é qualquer um que tem acesso a eles, o acesso a estes novos deuses percorre um caminho muito longo, de grande devoção e de muito sacrifício, como tem que ser toda relação com a divindade, não?

...esses novos deuses estão fragmentados, mas eles têm um líder, o corpo, o novo deus é o corpo e as divindades são as cápsulas, pílulas, complementos, suplementos e equipamentos que deixam esse deus forte e valente... Foram criados centros, ainda que banalizados, para a devoção a esse novo Olimpo, as academias de ginástica! ...e a fé nestes deuses está levando a montagem de um exercito. ...são atletas do corpo, claro... Não precisam ser atletas para mais nada, o novo deus todo poderoso “corpo” não requer finalidade exterior, apenas fidelidade com a forma, ele tem que emergir belo, sem dobras, rígido, esbelto, potente... Quanto mais preparado, mais próximo de atingir o nível nirvana... Todos agora treinam para ser atletas ou servir ao exercito deste novo deus, claro, só pode ser isso... As pessoas não se exercitam para sentir o prazer de realizar uma atividade física, elas treinam, treinam e treinam. Pedalam, correm, levantam peso, praticam lutas, etc., só podem estar se preparando para uma guerra em nome do “deus corpo”. Não podem perder tempo, os fiéis deste novo deus se comunicam pela forma, ah e como eles são “endógenos”, na sua maioria só se relacionam com os que professam a mesma fé, seria a emergência de uma nova raça pura construída pela fé ao “deus corpo” e todas as divindades correlatas? Também não saberia dizer, mas esse “deus corpo” parece ser muito exigente, ele quer encontrar meios de fazer com que os seus seguidores não mais enfraqueçam. Ficar velho é a prova que se está perdendo o poder e a divindade? Ficar fraco seria abominável para essa nova legião de seguidores... Mas o “deus corpo é efêmero”, ele passa, ele perde potência para o seu maior inimigo, o deus do Tempo... Por isso os fiéis do corpo querem descobrir um jeito de enganar Cronos. Acho que desta angustia é que se banaliza e vulgariza o lugar do culto, em todo lugar há um novo templo, às vezes a dois quarteirões da casa dos fiéis... Seria este o recurso para não abandonar este deus emergente? E quando for impossível segui-lo? Todos esses fiéis mudaram de religião?

Acho que não vivo o meu tempo, talvez seja mesmo anacrônico, mas não quero servir a esse novo deus...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Protestar porque reivindicar é da natureza humana!

Não raro escutamos de muitas pessoas que: protestos e lutas por questões sociais não valem à pena! Que não adianta, porque os que estão no poder não escutam as reivindicações!
Há muito não ter uma resposta a isso me constrange, principalmente pela falta de elementos capazes de me ajudarem a convencer do contrário, e, muitas vezes, na busca por tentar confrontar meu opositor eu acabo indo na direção contrária e me perguntando: Qual o sentido disto tudo, mesmo?
Há infinitas respostas pra o sentido disto tudo, o duro é conseguir fazer com que essas respostas se tornem algo capaz de convencer a nós todos, desisti não há como fazê-lo! ... No entanto, o que me move mais é entender que, principalmente no nosso país oligárquico de tradição tupiniquim de se vender por espelhos e outras porcarias, não podemos mais nos entregar por qualquer trocado.  Temos que lutar, gritar e protestar porque se não lutamos, gritamos e protestamos ninguém sabe que estamos incomodados...
Assim como os vitimados pelo “Franquismo” gritam regularmente na porta do sol, aqui em Madri, temos que seguir gritando nas ruas do nosso país, mesmo que alguns finjam que não nos escutem temos que gritar cada vez mais alto; temos a obrigação de fazer com que os que sofrem das mesmas dores que sofremos saibam que há um lugar onde eles possam gritar também, um a um vamos juntando um mesmo grito e só desta forma teremos a possibilidade de transformar esse grito em um coro, transformando no coro podemos agregar mais vozes e quando menos perceberem será uma multidão de “gritalhões”, mas o grito não pode ser niilista, temos que saber sobre o que gritamos e quais os sentidos que nos direciona...  Assim não só assustaremos, mas proporemos, debateremos e por vezes ganharemos algum pleito, cada vitória, cada passo será um milagre, será o desvencilhar de um grilhão de silêncio que nos amarra, controla e paralisa há tantos anos, séculos...

Não há jeito novo, ao menos ainda não o inventaram, sejamos insurgentes, ativos e propositivos... Os confortos conquistados por uma classe média inventada é mais um destes grilhões que nos cerceiam... Calar vai contra a nossa natureza de seres gregários, políticos, participativos... Impliquemo-nos, desçamos deste pedestal inventado... Há razão pra vivemos em grupo e ela não pode ser esquecida... Protestar porque reivindicar é da natureza humana!

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A ameaça às coisas “de toda la vida”...
Depois de alguns dias na capital espanhola, algumas novas expressões, palavras e formas de se comunicar frente às necessidades da vida cotidiana vão se apresentando e agregando valor ao vocabulário ainda limitado do recém-chegado estrangeiro...  eis que entre um monte de coisas, sensações, descobertas, estranhamentos e reconhecimentos surge uma expressão de certa forma simples e graciosa que do nada me fez pensar... “de toda la vida”... ao que parece esse é um recurso usado com bastante frequência pelos espanhóis...
... caminhando, conversando, escutando e percebendo os detalhes das falas e discursos não dá pra ser omisso à carga pesada dada ao momento da crise atual, parece que há anos não se sentia na pele de maneira tão forte os efeitos de um “abalo sísmico econômico” nos elementos do dia-dia... e aí quase que por um intertexto não apontado explode em mim o sentido das “cosas de toda la vida”, são os vizinhos de toda la vida que não estão mais nos barrios de toda la vida, são as compras de toda la vida que não se pode fazer como se fazia por toda la vida, são os mercados e os locais dentro dos mercados de toda la vida que não estão mais lá... ahhh, os cinemas, teatros, restaurantes, lugares e serviços de toda la vida que não mais estão ali pra ajudar a contar às histórias de toda la vida...

... que triste perceber que esse movimento atual (chamem do que quiserem chamar) ameaça de forma violenta e sintomática las cosas de toda la vida, não só na Espanha, mas em todo mundo, vivemos um momento na reprodução da vida social que já não temos as coisas de toda la vida, a flexibilização da produção, os novos padrões e forma de consumo, a precarização do trabalho, o recrudecimento de todas as ordens impostos à maneira de se viver têm eliminado sem nenhum constrangimento as coisas de toda la vida... os bairros estão devastados, as relações sociais rompidas... a casa não está mais lá, no lugar dela prédios funcionais e frios, um conjunto deles... conjuntos fechados com seguranças, guaritas, câmeras, fios, controles remotos, sensores remotos... a vida não é mais como foi vivida por toda la vida... que estranho esse mundo novo que pra mim está sendo construído por um capital(ismo) em crise e cheio de perversidades ... estamos perdendo a vida, por toda la vida!?!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A vida aproxima e afasta pessoas, muitas vezes sentimos tristeza quando algumas se vão, acho que de alguma forma nos sentíamos vinculados a um sentimento que só existia na gente. A verdadeira sabedoria faz com que pelo menos esse sentimento de perda seja minimizado, alguém só sai definitivamente das nossas vidas se não tinha que entrar. Então, como me disse um amigo espanhol certa vez, o mundo é imenso e cheio de pessoas maravilhosas, reflito eu: temos que apostar nos próximos encontros, próximos risos e guardar as lágrimas, elas não precisam ser desperdiçadas por pessoas que não as sentem. Muitos existem ao nosso lado, novos chegaram e chegarão... viva o louco e maravilhoso movimento da vida... Aos que estão perto, amo muito vocês, aos que optaram por estar longe, vão com Deus! Bom início de semana a todos!
Quase 1 ano depois e eu venho revisitar o meu blog, engraçado me lendo ainda mais pra trás me redescubro, alguns erros de português: grafias, concordâncias, pontuação, alguns erros de postura, alguns erros de reflexões. Entretanto, o mais engraçado, apesar de tudo isso, são muitas ideias, muitos sentimentos...  Muita vida... alguns anos depois estou eu aqui, confessando-me para mim mesmo, outra vez, seria um resgate de um eu mais jovem ou seria a tentativa de rejuvenescimento de um eu mais velho e um pouco cansado? Não sei, será que existe ou já existiu linearidade na vida e no pensamento de alguém? Será que não somos o tempo todo essa eterna mistura de quem um dia fomos, de quem queremos ser e do que conseguimos ser? Quase 30 e ainda não tenho certeza de nada...

terça-feira, 12 de junho de 2012

...no final do espetáculo a lembrança marcada nas paredes e no chão da casa que há poucas horas estava cheia, as luzes agora estão apagadas. No camarim, das 14 lâmpadas de vapor de mercúrio apenas 3 funcionam. No espelho, refletida ao fundo, a roupa lembrava o glamour da noite, mas em primeiro plano só era possível ver manchas borradas no rosto do artista, maquiagem que se esvaia arrastada pela força do suor, um olhar triste e melancólico lembrava que algo diferente e muito maior que o sucesso do palco o tirava dos aplausos e o jogava para o fundo de si mesmo, solitário em meio a tantos e tão desejosos, ele só queria sentir o calor gostoso do abraço que o apertava contra o peito e o protegia de tudo, de todos, de si mesmo... de repente a saudade o fez lembrar que mesmo distante ele não estava só, lá, quase a 3.000 quilômetros de onde estava, ele estaria seguro, aqueles braços, aquele peito, aquele carinho, aquele desejo... não só o sentimento, mas também a casa, não só a casa, mas as coisas que se realizavam lá e a mistura da memória entre cheiros, gostos e imagem o fazia ter certeza que mesmo depois de tantos desencontros, lá era o seu lugar, ao menos era lá que ele queria estar, entre máscaras de vudus, entre fridas e khalos, cama de mola, cheiro de ovo frito com verdura, gosto de iogurte, som de ventilador... tudo aquilo se juntava e formava a paisagem em 14"... só com a velocidade possível empreendida pelo desejo e memória, ele estava em pé naquela sala, em frente ao sofá e era lá que ele queria estar, porque diante de tudo que se apresentava, era o único lugar que ele queria estar...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

...definitivamente amar não é pra fracos, aguentar a dor da distância não é pra fracos e se recuperar de tudo isso não é pra fracos... eu sei que sou forte, mas, quando penso no passado estou sendo fraco. O pior são as inconstâncias entre os momentos fortes e os momentos fracos... tenho, acredito, sido mais forte que fraco... ei, você que quer me tirar desse jogo de ser forte e ser fraco, "só venha se for para o bem"....

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Coisas que você me disse e não faz mais, não lembra mais, não quer mais...


Atender ao fone, sabendo que você só ligou pra ouvir a minha voz;
Ficar quietinho a meu lado;
Fazer uma florzinha de origami só pra ver meu sorriso;
Entregar-me uma constelação de papel;
Dormir enquanto eu assisto a filmes maravilhosos e tento interagir contigo no mais inocente dos sonos;
Sentir o suave sabor do vinho num copo de requeijão.
Vinho que eu não provei.
Guardar um pouquinho de bobó pra me ver feliz.
Compartilhar uma torrada de pão francês que custou vinte reais.
Trocar ovos de páscoa e não esperar até o domingo.
Proteger-me dos trovões que assustavam a você e a mim.
“A felicidade é feita de pequenos momentos felizes”. "E das memórias e vontade de torná-los eterno"

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

...que cosa fuera la maza sin cantera?...

La Maza

Mercedes Sosa

Si no creyera en la locura
de la garganta del cenzontle,
si no creyera que en el monte
se esconde el trigo y la pavura...

Si no creyera en la balanza,
en la razón del equilibrio,
si no creyera en el delirio,
si no creyera en la esperanza...

Si no creyera en lo que agencio,
si no creyera en mi camino,
si no creyera en mi sonido,
si no creyera en mi silencio...

¿Qué cosa fuera, qué cosa fuera la maza sin cantera?
un amasijo hecho de cuerdas y tendones,
un revoltijo de carne con madera,
un instrumento sin mejores pretenciones
de lucecitas montadas para escena...
¿qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿qué cosa fuera la maza sin cantera?
un testaferro del traidor de los aplausos,
un servidor de pasado en copa nueva,
un eternizador de dioses del ocaso,
júbilo hervido con trapo y lentejuela . . .
¿qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿qué cosa fuera la maza sin cantera?
¿qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿qué cosa fuera la maza sin cantera?

Si no creyera en lo más duro,
si no creyera en el deseo,
si no creyera en lo que creo,
si no creyera en algo puro...

Si no creyera en cada herida,
si no creyera en lo que ronde,
si no creyera en lo que esconde
hacerse hermano de la vida...

Si no creyera en quien me escucha,
si no creyera en lo que duele,
si no creyera en lo que quede,
si no creyera en lo que lucha...

¿Qué cosa fuera, qué cosa fuera la maza sin cantera?
un amasijo hecho de cuerdas y tendones,
un revoltijo de carne con madera,
un instrumento sin mejores pretenciones de lucecitas montadas para escena...
¿qué cosa fuera, corazón, qué cosa fuera?
¿qué cosa fuera la maza sin cantera?