segunda-feira, 21 de setembro de 2009

...tudo é mistério, desejo e medo...

A coisa mais louca de se apaixonar é que a gente entra em um terreno insólito, cheio de contradições e inseguranças. Mas, agora imagina: o que é se apaixonar por alguém que você só conhece através da net? Seria essa a mais insólita, das insólitas experiências... Não sei, estou confuso de verdade, mas, gostando de me sentir envolvido em um sentimento novo que até pouco tempo era para mim sinônimo de abandono, sofrimento, tristeza e espera.
O mais louco em se apaixonar através de bits e bites é saber que alguns amigos conhecem a figura e recomendam, na verdade garantem o padrão de qualidade do caráter... Até dizem: “ownn que bonitinho seria vocês juntos”. Mas, a grande questão é: O que eu faço com isso tudo? ... É um mistério, e por ser mistério é que se torna tão sexy, tão intenso, tão cheio de desejos, vontades... Estou em uma encruzilhada... quero, creio que queremos...mas, como fazemos?....

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Feira do Livro...

Desde o dia 11 de setembro acontece no Jardim Botânico de Medellín a Fiesta del libro y de la cultura. É um evento muito interessante, principalmente por causa do local onde está montado. O jardim botânico apesar de não ser tão grande é um ambiente bastante tranqüilo e bonito, consegue comportar uma variedade interessante de espécie e é sem dúvida um dos espaços públicos que mais proporciona o encontro e a tranqüilidade.
Na feira, além das várias editoras e livrarias que apresentam os últimos lançamentos e os livros mais clássicos , há também um espaço para os momentos lúdicos com circos bibliotecas, espaço para contar histórias e espaço de descanso e laser. De verdade foi uma tarde incrível deu para me conectar comigo mesmo, mais uma vez. Ainda mais que ter a companhia dos meus autores favoritos sempre me deixa feliz, ou seja, gastei horas imensas revendo os resumos, os títulos e as diversas edições da coleção do Foucault, descobri alguns livros do Deepak Chopra que eu não conhecia, além de alguns clássicos como os de Lacan, Freud, Heidegger, Milton Santos, Feuerbach, Bauman, Gramsci dentre tantosss outros, foi realmente um capítulo a parte na coleção dos meus domingos.
Saudades de tudo e de todos.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

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Comunicar as experiências é sempre um exercício bastante complicado, principalmente quando estão misturados emoções, desejos, etc... Acaba que tudo vira um garrancho em que a gente pensa que comunica, mas, na verdade, apenas expõe alguns sentimentos que na maioria das vezes vai ser entendido de maneira parcial pelas pessoas, e sempre controlado pela dose de saudade, empatia ou antipatia. É sempre assim que as coisas são. Por isso, gostaria de antecipar que estou muito feliz, e tenho certeza que não havia lugar melhor para estar, senão aqui, sob essas circunstâncias e sob a influência desse tempo histórico que vivo. Tendo isso claro, posso relatar, então que passar o aniversário longe de casa foi bastante complicado, ainda que repleto do carinho daqueles que estavam ao meu redor, sempre falta à família e infelizmente, infelizmente porque não sou correspondido, a atenção de quem a gente ama. Mas, processos sentimentais a parte, creio que o mais difícil é não ter os amigos por perto, até aqueles mais chatos que a gente gosta, mas, não sabe por que, até esses fazem faltam. Fez falta no aniversário, mas, fazem mais falta no cotidiano, na descoberta de novos gostos e na impossibilidade de compartilhá-los. Vivemos sim na era da informação, da informática, das redes, mas, nada substitui o olhar compartilhador, a presença que envolve com calor, afeto, desentendimento, mas, que significa que existem dois, ou mais, corpos e almas dividindo toda aquela experiência nova. Nada perde a cor, nada deixa de ser bom, mas, eu tenho claro que sou um ser coletivo, não fui projetado para viver só e por isso, sempre acho que compartilhar é uma das chaves para fazer o mundo mais bonito, se não o mundo dos outros, ao menos o meu. Aí sempre tem aqueles que dizem: A sua felicidade não deve estar condicionada a existência de ninguém; você precisa se amar acima de tudo e de todos. Eu realmente sei dessas coisas e respeito muito esses princípios, mas, quem disse que para eu me amar tenho que virar um egoísta? Uma das formas mais belas de amar é entendendo e respeitando o outro, e é esse outro, que faz contraposição do eu, que está me fazendo falta agora, mas, como tudo na vida é superação, eu espero superar esse meu lado dependente de afeto e conseguir me converter um pouquinho mais parecido com essa máquina fria que a sociedade nos obriga a ser todos os dias. Eu estou, de verdade, saturado dos formalismos, eu quero mesmo é que as pessoas sejam felizes e sem rótulos, seria muito bom se fossemos respeitados por aquilo que somos com os limites da nossa condição humana, mas, nem sempre é assim, nem sempre os nossos desejos confluem com os desejos do outro, e nesse movimento há aqueles que nos complementam e queremos perto, e há aqueles que não fazem nosso estilo, e por isso os deixamos longe. O mais escroto de tudo é que nesse momento eu só queria alguém. Tem alguém aí??

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Bom, para continuar os relatos digo que as semanas têm passado muito parecidas. As coisas, as pessoas, os lugares já não são mais tão estranhos. O que antes era pintado pela novidade, o que tinha o selo do desconhecido, agora já tem o gosto do revisitado, do desbravado. Isso é bom e ao mesmo tempo estranho. É bom porque não é tão distante a idéia de casa, mas, como sou estrangeiro rola o não reconhecimento, o não pertencimento. Acho que muita coisa está ligada à semelhança entre os dois países, a pessoa se reconhece enquanto cultura geral (pele, forma, gesto, processos), mas, não se reconhece como um local. É estranho há uma aproximação pela semelhança, de longe, mas, de perto há um recuo com as diferenças microscópicas. Dá sendo um gosto novo, é bom porque revela novidades de mim para mim mesmo, estou adorando esses movimentos, esses cheiros e esses gostos. Claro que nada é ou será substituto da casa, mas, construir um projeto, que ainda não é 100% meu, mas, que tem a minha marca me deixa muito satisfeito. Angustias, desejos, vontade de fazer o impossível sempre acompanhará a todos, mas, como fazer, como construir é uma coisa que só o próprio ato de construção revela. C´est la vie, e, o que é melhor, a que eu escolhi. Diferente da Alemanha? Sim, estamos falando de países com pesos diferentes, mas, a experiência no fundo é a mesma. Viver, conviver, entender, respeitar e se respeitar.