terça-feira, 21 de julho de 2009

Tiê - Passarinho

O meu blog tá cada vez mais tomado de outras pessoas que não eu, e para continuar nesse movimento, apresento aos amigos uma cantora que na minha humilde avaliação tem tudo para se tornar uma projeção nacional. O Cd dela se chama "Sweet Jardim". As músicas representam uma ingenuidade parecida com aquela apresentada pelos tribalistas, mas, com uma voz tão suave como a da Fernanda Takai. Tiê vem preencher um espaço na produção da MPB. Espero que vocês se habilitem a ouví-la, vale a pela. Além de tudo, no álbum tem músicas em francês e em inglês. Estou super curtindo. A imagem do post é a capa do cd dela, e disponibilizo uma das letras e o link para baixar o álbum. Tiê, uma grata surpresa.

07. Te valorizo (música e letra tiê, piano e voz tiê)

Se eu pudesse mostrar o que você me deu, eu mandava embrulhar, chamaria de meu. Melhor forma não há pra guardar um amor, então preste atenção, ou me compre uma flor. Vem, me faz um carinho, me toque mansinho, me conte um segredo ou me enche de beijo. Depois vá descansar, outra forma não há. Como eu te valorizo, eu te espero acordar. Se eu ousar te contar o que eu sonhei, pode até engasgar. Pagaria pra ver. Melhor forma não há pra provar meu amor, eu te presto atenção, tento ser sua flor. Vem, te faço um carinho, eu te toco mansinho, te conto um segredo ou te encho de beijo. Depois vou descansar, não vou te acompanhar. Espero que entenda e volte pra cá.

Serviço:

Link do blog da moça: http://sweetjardim.wordpress.com/

Link para baixar o álbum Sweet Jardim:
http://www.megaupload.com/?d=KM082ZSW

Amigos, por Vinícius de Moraes

Às vezes, só o que um grande escritor, poeta, etc.. escreve consegue captar os laços do que sentimos. Deixo esse espaço para um texto do Vinícius de Moraes, ele resumiu tudo...


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

Vinícius de Moraes

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Vermelho versus Azul

Calor, sol, queimadura, ardor, chamas, brasa, fogo... Tudo o que é quente evoca a dimensão do amor, da paixão... Não é à toa que o vermelho é a cor que representa tudo isso. Eu sempre reflito o meu estado de espírito e astral através das cores. As cores, de uma maneira não objetiva, controlam minhas atitudes, refletem o meu estado de vida... Descobri que não estou vermelho, não estou nem perto de estar vermelho... Pensei que estaria envolvido no ambiente de amor, paixão e desejo, mas, acho que no final das contas era tudo uma questão de costume. O hábito ainda me persegue, volta e meia me pego pensando no passado, mas, depois de uma conversa com um anjo que tava me ajudando a me entender, percebi que a vida é o presente e caminha para um futuro. Chega de esperar por algo que na hora em que foi não me completou, e se não completou quando era. Então, não deve, nem pode circundar o meu imaginário com o que poderia ser. Simplesmente não é; não vai ser... JÁ CHEGA! Não estou quente, estou o contrário disso, estou frio, gelado, indiferente... Não estou pronto pra nada, nem pra mim mesmo! Estou decretando férias e repouso... Não sei como essas férias serão, nem sei se serão de fato férias, mas, terão a cor azul como inspiração, o azul é que está me preenchendo agora! Vejamos o que sai do AZUL...

domingo, 19 de julho de 2009

Momentaneamente fora do ar...(tempo de duração: indefinido)!!

Depois do último texto me senti um pouco sem inspiração de procurar temas para escrever por aqui. Na verdade, vou deixar a vontade de escrever me consumir de novo. Querer compartilhar é necessário, acho que escrever o que se pensa é uma forma de fazer terapia sem pagar terapeuta.
Então, o próximo texto pode vir daqui a pouco, amanhã ou daqui a três meses...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tudo é cíclico, até passa, mas, ainda dói...

Lembrar de você já não deveria mais. Mas, esquecer-te também não consigo. É um incrível dilema. De uma maneira bem insossa gostaria de perder as lembranças. O engraçado é que eu tenho a certeza que não deveria lembrar-te. Eu te vejo em tudo e em quase todos. Lembranças das nossas voltas na Universidade (lugar que tenho evitado a ir depois que consegui me tornar mestre, pena que sem seus olhos por perto pra me darem forças). Saudades das nossas manhãs de domingos onde eu te fazia companhia para tuas compras, e ainda assim eu achava tudo lindo. O cinema perdeu tanto da magia, já que eu não posso mais ter os teus braços como apoio, descanso e reforço. É meio loucura depois de tanto tempo ainda sentir a tua presença na minha vida, o pior ainda é sentir a tua falta...
Tenho me escondido em livros, trabalho, amigos, bobagens, paqueras, beijos, sexo... Nada me afasta de você... Eu sei que tudo é cíclico, mas, até eu conseguir esquecer, estou pensando em você, estou te esperando, mesmo sabendo que você já não mais vai voltar... Porém, bem que seria bom!...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Intolerância ou Alergia?!

...afinal de contas, se olharmos por outro prisma será que a intolerância existe?

Eu tenho medo de pensar, trabalhar ou citar o que é intolerância em qualquer conversa de bar ou até mesmo entre amigos. Acho que em 99% dos casos serei mal interpretado, e ainda assim, se entendido, teria um enorme problema em concordar comigo mesmo. Até porque como a maioria dos conceitos e das discussões conceituais é indispensável pensar a escala em que está se processando as informações e se estabelecendo as análises.
É óbvio que em relação ao pensamento religioso radical; ortodoxo ao extremo; fechado em suas percepções e fragmentado é impossível não pensar em intolerância, principalmente quando essa intolerância gera guerras, mortes, sofrimento, etc.. Não é a isso que me refiro. Estou seriamente preocupado com a intolerância que eu mesmo posso produzir.
A intolerância que me assusta é aquela que me faz esquecer a dimensão da alteridade; aquela que me cega os olhos e me faz esquecer que o meu próximo é tão cheio de virtudes e defeitos quanto eu.
Assusta-me essa capacidade intolerante de odiar a outro ser humano. Mas, como se pode lutar contra isso? No momento que me encontro acho muito difícil lutar contra um sentimento que é tão forte que obscurece a capacidade reflexiva e inibi o discernimento.
Eu reivindico o meu direito de ser humano para me permitir amar, odiar e não tolerar! Eu reivindico o direito divino de ser dono do meu arbítrio! Eu reivindico o direito sagrado de errar, de não tolerar, de excluir, de selecionar.
E nesse caso, acho que a minha intolerância pode até ser ALERGIA!!!
... ABAIXO à FALSIDADE! Por um mundo mais justo, já!
Que saudade dos alemães!
Que saudade da capacidade de deixar simples o que é simples e o que complicado também.
Que lição de vida eles poderiam dar aos brasileiros!
Intolerância ou respeito a si mesmo? Quem foi que falou que temos que nos anular em detrimento às vontades dos amigos! E a minha vontade? E a minha existência! Eu sou a pessoa mais especial da minha vida. Sou a única pessoa que não pode me trair, se os outros não entendem? Problema! Ser feliz e honesto ao que penso, sinto e vivo é à base da minha vida!!
Reflitam! Ninguém é autentico sendo mais um! Façam a diferença, senão para todos, ao menos para vocês mesmos!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que tem sido aprender?!

Andei aprendendo algumas coisas esses dias...

Percebi que não adianta o quanto eu me ache bom, todo trabalho que fiz ou virei a fazer já nasceu ou nascerá morto, e por isso mesmo, não contribuem nada para o meu futuro, só abastecem o armário do meu passado.
Não adianta sofrer, chorar, se dar, amar quem está longe. Se está longe nunca vai saber o tamanho do meu sofrimento e no final das contas terei sofrido à toa, chorado à toa e envelhecido à toa. Assim, não quero viver a minha vida, à toa.
Amo, amarei e continuo amando, mas, isso não impede de me forçar a visitar outros sentimentos, já que quem eu amo não está comigo. Acho que tenho a obrigação de ir experimentando, provando, vivenciando até encontrar um novo amor. A despeito do que me foi aconselhado hoje, eu não desistirei do amor; eu não desistirei de namorar e não perderei a esperança de, um dia, me “arrumar” com alguém. Afinal de contas, podemos não ter nascido para nos realizar no outro, mas, dividir com o outro, tudo aquilo que se tem talvez seja um dos mais doces, necessários e desejados momentos da vida.
Aprendi também que não importa o quanto eu me esforce pra defender uma idéia, tem gente que toma um fragmento do pensamento como verdade e jamais será capaz de contextualizar o sentido final das coisas. Acho, com toda franqueza, que estou cada dia entendendo mais o Oscar Wilde e estou tentando exercitar mais um dos seus pensamentos. Ele dizia assim: “Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo"...
Por isso, termino esse texto com silêncio......

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O que é o dia?

Muito mais do que sucessão simples de tempo (horas, minutos, segundo) o dia é sem dúvida a diferença entre os aconteceres; é o limiar entre estar vivo e estar morto. A mágica e o poder transformador do dia são inigualáveis. A ação e a inércia convivem lado a lado e o único responsável por transformá-las em realidade somos nós mesmos.
É essa capacidade mágica que o dia tem de abrigar tantas possibilidades que me fascina. Cada momento, cada fechar e abrir dos olhos podem ser responsáveis por uma nova forma de ver, sentir e conduzir as coisas.
Comumente ficamos presos a uma visão limitada da realidade, achamos que o cotidiano é a essência da vida. Os nossos atos repetitivos parecem explicar de maneira indiscutível qual o caminho que a vida trilha. Ledo engano esse o nosso! Muito mais do que repetição, melancolia, tristeza e angústias a vida é com certeza a capacidade de fazer o novo, de descobrir o inusitado. Mas, pra isso acontecer é necessário que se esteja disponível, e indiscutível a necessidade de se perceber os nuances, as sutilezas, as possibilidades de inversão. Ninguém precisa ser sensitivo para aproveitar o dia, mas, é necessário ser sensível, não apenas olhar com os olhos.
É assim que o dia deveria ser! (incerto, despretensioso, imprevisível, mágico, plural). Não é preciso dividi-lo em períodos (manhã, tarde e noite), o dia não é isso, o dia nem tem necessariamente 24 horas, e nem muito menos a mesma quantidade de tempo dividido de maneira igual. O dia não é cronológico, ele é psicológico, mas, inevitavelmente ele começa quando você acorda, e ele acaba quando você dorme. Por isso, ele tem que ser aproveitado, não em uma prótese fantasiosa que exista apenas na sua cabeça, isso pode ser a diferença entre realidade e loucura, mas, ele tem que se aproveitado na possibilidade da realização.
Esse é o convite, vamos viver o dia! Afinal, todos os dias tudo começa de novo!

domingo, 12 de julho de 2009

O que é ser adulto?


É engraçado, às vezes a gente pensa que depressão, cansaço são coisas que só acontecem com os outros. A gente é supervalorizado pelo nosso próprio ego e com isso criamos uma capa, uma crosta, uma impossibilidade de se ver na verdadeira forma concreta e humana. Essa capa vai tornando os seres humanos cada vez mais viciados, cada vez mais donos de si, envoltos em um sacrossanto manto que normalmente é chamado de "vida adulta". Mas, que vida adulta é essa? Há de fato uma diferença da vida ao simples fato de se atingir etapas no processo do passar dos anos?
Eu fico me perguntando qual fase de vida se vive quando se é criança e é obrigado a trabalhar no corte da cana, do sisal ou de qualquer trabalho dito adulto? Será que aquela criança não vive uma vida adulta? Será que a vida de um cara que chegou aos 30 anos de idade, sendo sustentado pelos pais, tendo estudado nas maiores e melhores universidades do país e do exterior, que se tranca entre quatro paredes de um Centro de Pesquisa e Ensino de nível superior, condenado a viver a sociedade através de um grupo de alunos que muitas vezes representam apenas uma forma padronizada de entender às relações do mundo, é de fato uma vida adulta? Será possível se tornar adulto sem entender os detalhes e sutilezas do pensamento humano? Será que se pode ser adulto pensando que o mundo gira entorno do seu próprio umbigo? Adultos são aqueles que ao primeiro problema acionam todos ao seu redor para resolvé-lo, e em nenhum momento lembram de estender a mão ao próximo em um momento de fragilidades?
Eu tenho pensado bastante, ultimamente, e acho que estou descobrindo que ser adulto não se aprende, nem muito menos se rotula. Não acho licito que uma observação fragmentada e alheia às sutilezas e inquietações da mente humana seja considerada definitiva para se julgar algo maturo ou imaturo, até porque maturidade não deve jamais ser medida pela velocidade do julgamento de alguém que não participa ao processo.
Só se cresce vivendo, só se descobre caminhos trilhando-os. Por isso, a única pessoa capaz de saber o que é maturidade é quem dela desfruta, assim como todos os demais processos psicossociais, só se descobre o que é ser adulto sendo e jamais a experiência de um pode ser comparada ao do outro. Afinal de contas, ser adulto também não seria respeitar a história que não é a sua?